A maioria dos brasileiros lê pouco e quase não compra livros. Esta triste constatação é resultado das pesquisas "O livro no orçamento familiar", baseada em levantamento do IBGE de 2002 e 2003, e "Retratos da literatura no Brasil", ambas divulgadas recentemente pelo Instituto Pró-Livro. O primeiro estudo indica que apenas 7,47% da população compra livros, gastando anualmente uma média de R$ 11. Já o segundo levantamento verificou a existência de 95 milhões de leitores no País, que leem, em média, 1,3 livro não didático por ano. Um índice muito baixo se comparado a outros países, como os Estados Unidos (média de 11 livros por ano), e a Colômbia (2,4 livros por ano).
"As duas pesquisas mostram que a escolaridade, a renda e influência da família estão muito ligadas à leitura no Brasil. Nos últimos 8 anos, 30 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Com isso, a população com mais de 15 anos passou da média de leitura de 1,8 livro por ano, em 2000, para 4,7 livros, em 2007, incluindo obras indicadas pela escola. Quando a pessoa deixa de estudar, ela passa a ler menos da metade do que lia", aponta Galeno Amorim, diretor do centro de estudos Observatório do Livro e da Leitura e coordenador da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil". Segundo esse estudo, realizado com 5.012 brasileiros, entre as pessoas com ensino superior, 20% dedicam até 10 horas semanais à leitura.
"Os estudantes leem mais por obrigação do que por prazer na escola, que deveria formar leitores para a vida inteira. Essa é uma das razões para o livro ser tão pouco presente no imaginário do brasileiro, o que é acentuado pelo preço médio elevado do livro no País. Mas não basta baratear, é preciso facilitar o acesso público a ele. Por isso, estamos zerando o número de municípios sem bibliotecas e modernizando as já existentes", diz Fabiano dos Santos, diretor de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura. (G.B.)
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