Em política o que existem
são conflitos a serem gerenciados, negociados ou mesmo rechaçados.
Cabe ao político avaliar
aqueles conflitos que de fato podem ser gerenciados e negociados. Tudo é uma
questão de percepção e avaliação dos desgastes e se há algum bônus.
Em um país extremamente
polarizado entre ideologias de extrema
direita e a extrema esquerda, com um cenário de Pandemia, desemprego e inflação
em alta, qualquer situação conflituosa se torna desgastante explosiva.
É o caso, por exemplo, da
atual CPI. É o caso das decisões do STF. Até uma simples aquisição de vacinas
para salvar vidas torna-se um cabo de guerra, uma situação que não deveria ter “vencedores
ou perdedores”. Talvez ,por isso, alguns indivíduos descerabrados tem ido para
as ruas gritar “intervenção militar” e outros golpes à nossa sofrida
democracia.
Deve-se considerar e avaliar que os posicionamentos políticos intransigentes e raivosos tendem apenas a tensionar os ânimos, e manter a polarização. Não há avanços na intransigência. Não resolução na intransigência. O que sobra é símbolo da incompetência funcional, da incapacidade de gerenciamento de conflitos e crises.
O povo brasileiro assiste,
assim, a um cenário inusitado: milhares de mortos pela Covid-19; a alta de
desempregos lançando milhares de pessoas mensalmente às ruas como pedintes, ou
quase isso, inflação em alta puxado pela alta dos combustíveis e da cesta básica;
e a falta de diálogo entre o Presidente, Governadores e Judiciário na resolução
de uma crise que já poderia ter tido seus efeitos amenizados.
O fazer político é pura
retórica no período eleitoral. O pós-eleitoral é trabalho, diálogo e construção.
O que estamos assistindo há 3 anos é o inércia governamental pelo fato de
simplesmente lhe faltar o dom do diálogo, do transigir, da ponderação, um olhar
dialético sobre a formação social e política do Brasil. O que impera é apenas
uma visão acanhada e obtusa do cenário. Q
Que Deus tenha piedade de
nós!
Por Roner Gama
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