ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: avaliação da eleição presidencial.

 

ANÁLISE DO PRIMEIRO TURNO : BOLSONARO VERSUS LULA


 Os resultados desse pleito mostram, primeiramente, que o país continua polarizado entre direita e esquerda.

Segundo, que a onda BOLSONARISTA ainda é forte e vai prevalecer por algum tempo.

Terceiro, o  Lula de 2022 é o mesmo Luiz Inácio Lula da Silva que governou o Brasil entre 2003 A 2011, ou seja, seu projeto político e visão de mundo não mudaram.

Dito isso, façamos uma análise ponto a ponto de cada candidato.

BOLSONARO

              Bolsonaro é o ponto fora da curva. Bolsonaro foi eleito como representante da Direita. No entanto, pode-se dizer, a partir dos resultados do primeiro turno para Senado e Câmara, que Bolsonaro cresceu, sedimentou a polarização ideológica e hoje a DIREITA BRASILEIRA tem em Bolsonaro um líder. Isso é irreversível. O nome Bolsonaro hoje é maior do o próprio presidente. Bolsonaro hoje é um adjetivo, BOLSONARISMO, que assim se carateriza:

·         Conservadorismo nos costumes;

·         Forte apoio religioso, principalmente dos Evangélicos;

·         Anticientificismo;

·         Militarização e armamentismo;

·         Extremismo ideológico;

·         Visão de coletividade em detrimento das minorias;

·         Visão Econômica pragmática (por exemplo, não há pudor em cortar gastos ou contingenciar recursos, ainda que sejam para educação ou saúde);

·         Anticulturalismo;

No entanto, essa visão conservadora é encarada com naturalidade por seu eleitorado, ainda que alguns pontos sejam discordantes entre aqueles que o apoiam. 

Na Economia, Paulo Guedes, o ministro da Economia, conseguiu manter o pagamento do auxilio Brasil durante a Pandemia, e , pós-pandemia, o que é um ponto positivo.

O Governo Bolsonaro tem alguns méritos na política econômica:

·         Guedes previu que a dívida bruta do país cairia para 76,6% do produto interno bruto depois que o banco de desenvolvimento BNDES devolver 90 bilhões de reais (US$ 17,26 bilhões) que deve ao Tesouro;

·         Crescimento do PIB, ainda que pequeno;

·         Criação do PIX, transferência de dinheiro sem cobrança de taxas;

·         Poucos escândalos de corrupção em seu governo; Os que aconteceram foram longe do núcleo duro do governo.

E, o principal, nesse momento:  Baixa no preço dos combustíveis (gasolina e diesel);

 

Bolsonaro foi muito bem no primeiro turno. Observem que as pesquisas eleitorais davam como perdida a eleição já no primeiro turno. As urnas mostraram o contrário. A diferença entre Bolsonaro e Lula foi de apenas 5 pontos.

No segundo turno Bolsonaro deverá ter apoio explicíto de Ciro Gomes. Se não tiver, é provável que ainda assim o eleitorado de Ciro migre para Bolsonaro.

O apoio do Governador reeleito de MG, ROMEU ZEMA (Novo- MG) será essencial e necessário para a sua reeleição . Mas, ainda que não apóie explicitamente Bolsonaro, o eleitorado de Zema não migrará para Lula, deve ficar com Bolsonaro.

De todo modo, a situação de Bolsonaro não é tão ruim. É uma diferença que pode tranquilamente reverter nos próximos dias, ainda se considerarmos que antecipou pagamento das parcelas do AUXILIO BRASIL (R$ 600,00). Uma medida claramente eleitoreira.

 

LULA

        Luiiz Inácio Lula da Silva, LULA, conclui o primeiro turno à frente de Bolsonaro, no entanto, ganhou a batalha, mas não a guerra.

Lula está diante de um candidato forte, assim como Bolsonaro tem em Lula um candidato a sua altura.

Lula traz em sua bagagem 8 anos de governança e bonança. Foram oito anos de crescimento econômico robusto, interrompidos no governo da petista Dilma Roussef.

Acrescente-se ainda os diversos projetos sociais, bolsas, distribuição de renda, programas sociais etc.

Ou seja, a memória do brasileiro eleitor do PT é uma memória afetiva de bons tempos.

Por outro lado, pesa contra o PT as denúncias gravíssimas de desvios do dinheiro público: 1) Mensalão (ação penal 470); 2) Petrolão e Lava Jato;3) A condenação de diversos líderes do PT; 4) A condenação do próprio ex-presidente, anulada pela Suprema Corte;

Outro fato que pesa contra Lula é a pauta ideológica muito enraizada no discurso da Direita e evangélicos; Dificilmente Lula vai conseguir cooptar apoio tão importante quanto o dos crentes das diversas denominações religiosas que vêem o PT como encarnação do mal;

Outros avanços oriundos de sua gestão: 1)Na economia, seu governo conseguiu reduzir a relação dívida pública PIB; 2) aprovação da Lei Maria da Penha;3 ) Criação do IDEB (índice de avaliação do ensino básico); 4) Criação da Força Nacional; 5) Criação das UPAS; 6) Criação do Farmácia Popular;

No entanto, chamo a atenção para mina frase no início deste documento “O Lula de 2022  é o mesmo Luiz Inácio Lula da Silva que governou o Brasil entre 2003 A 2011, ou seja, seu projeto político e visão de mundo não mudaram”. O PT, a esquerda, e Lula, precisam adaptar o discurso, renová-lo. 

 A sociedade é diversa, múltipla e heterogênea, sim. No entanto, há conceitos que devem se preservados, até para que a sociedade não se dilua e se anule na multiplicidade das diferenças. Entre esses conceitos que devem ser preservados, e a direita soube resgatar (ou se apoderar deles), estão: 1) família; e 2) civismo. Dois conceitos de alto valor simbólico, negligenciado pelas esquerdas nos últimos anos, em prol de pautas de minorias que tentam a todo custo tornar suas pautas uma pauta coletiva, de interesse de todos, como, por exemplo, a questão LGBTQI+; 3) Destinação de dinheiro para financiamento de ditaduras e outros projetos fora do Brasil. Dinheiro esse que nunca retornou. 

Por mais que seja uma pauta necessária, é relevante apenas para as minorias.

Dessa forma, o PT, a esquerda, e Lula, estão enfrentando não apenas Bolsonaro, mas o seu próprio passado de escândalos políticos, e a pauta ideológica.

Quanto aos apoios no segundo turno, Lula não terá, certamente, os votos de Ciro Gomes e muito menos o de Simone Tebet.  

O PT conseguiu eleger a segunda maior bancada na Câmara Federal,  para a legislatura de 2023 a 2026. Como oposição, o PT é um excelente partido. Muito provavelmente será esse seu protagonismo nos próximos 4 anos. Se Lula não for eleito, deverá preparar seu sucessor. 

 

CONCLUSÕES

O eleitor tem nas mãos uma decisão difícil, pois são dois candidatos com posições ideológicas antagônicas. Bolsonaro representa a extrema direita. Lula, representa a esquerda moderada, mas sem renovação em seu discurso. O Lula de 2002, é o mesmo Lula de 2022.

O pior é que teremos que conviver com esses antagonismos ainda por muito tempo, indepedente de quem ganhe, essa polarização política ainda vai persistir. 

Difícil escolha para nós brasileiros. 

Por Roner Gama



IBANEIZ ROCHA (MDB-DF) Governador do DF

 IBANEIZ ROCHA (MDB-DF), candidato à reeleição,  foi aquela surpresa quando em 2018 desbancou todos os antigos e respeitados políticos candidatos ao GDF: Eliana Pedrosa, Alberto Fraga e, o então Governador do DF, Rodrigo Rolemberg. 

IBANEIZ, ainda colocou a política a serviço do DF, privatizou a CEB, uma empresa pública com prejuízos milionários e altos salários a seus diretores.

IBANEIZ tem realizada grandes obras no DF há muito solicitadas, como, por exemplo, o viaduto do Parque da Cidade, o viaduto na entrada do Recanto das Emas, um dos viadutos na EPNB, altura do Riacho Fundo I, e o túnel que passa por baixo do centro de Taguatinga (um projeto do então governador Arruda).

IBANEIZ se mostrou um hábil articulador político ao não polarizar com o  Governo Federal, articular a parceria com Flávia Arruda para o Senado e com o ex Governador José Roberto Arruda (PL), candidato à Câmara Federal.  

A única crítica que há em relação ao atual governador é por parte dos servidores públicos.  Há uma forte rejeição dos servidores em relação atual chefe do executivo. Até porque, ele próprio já disse em conversas com diversos parlamentares que servidor público não dá votos.

IBANEIZ também sabe se movimentar nos bastidores do judiciário, já tem ações protocoladas para barrar a candidatura de adversários como Paulo Octávio (PSD-DF) e do Sr Coronel Moreno (PTB-DF). Em 2018, de forma análoga o então candidato ao GDF Alberto Fraga teve uma condenação por parte de arma, intempestiva, e muito suspeita.

O Governador I.R. se mostrou mais que um advogado de sucesso, mostrou-se um político hábil, que sabe fazer a leitura do cenário, se cercou de assessores, secretários e pessoas que sabem operacionalizar o executivo, mas sem deixar de lado os fatos e atos políticos.

 

Por Roner Gama


Leandro Grass (PV-DF) - Candidato ao GDF.




O Deputado Distrital,  professor e sociólogo,   Leandro Grass (PV-DF) é uma daquelas surpresas. Sua bela trajetória profissional o levou naturalmente a CLDF, coroando uma carreira de êxito.

Leandro Grass é um político que segue a mesma postura ética de Reguffe e um discurso semelhante quanto à racionalidade no trato com o dinheiro público. Além do mais, não há nenhuma mácula em sua trajetória.

No entanto, tal qual a Senadora Leila Barros (PDF-DF), está se preparando para o pleito de 2026, é um fato. Talvez uma vaga de Senador, ou talvez acredite mesmo que tem possibilidades de desbancar o atual governador e ocupar a vaga de Governador do DF entre. Quero acreditar na primeira opção;


Por Roner Gama

LEILA BARROS (PDT-DF)- Candidata ao GDF

 


A Senadora Leila Barros (PDT-DF) é uma neófita política que já iniciou por cima. Sua candidatura ao GDF tem por finalidade tentar está entre as mais cotadas...para 2026.

Para 2022 a intenção é clara : "Manter-se no Cenário Político através da visibilidade que a campanha proporciona". Está certa. 

Leila não abarca o espectro de forças políticas locais a seu favor. Já é uma vitoriosa por ter chegado ao Senado Federal, terá mais 4 anos para articular para o pleito de 2026, e, tenham certeza, terá chances reais se entender como funcionam os arranjos políticos. 


Por Roner Gama 

PAULO OCTÁVIO - CANDIDATO AO GDF

PAULO OCTÁVIO



O mineiro Paulo Octávio tem sua história lastreada na formação de Brasília e do DF como um todo. Empresário bem sucedido ingressou na vida pública no início dos anos 90, tendo sido vice-governador na chapa do Então Governador José Roberto Arruda. 

No entanto, a bela trajetório foi maculada pela queda do então Governador Arruda após vídeos denunciando um esquema de corrupção (operação caixa de Pandora).

Após indas e vindas na Justiça, o empresário está desimpedido juridicamente para tentar seu retorno à vida política e desta vez tentará o Governo do DF. Obviamente que seus adversários tentarão de tudo para embarreirar sua candidatura, já estão levantando sua possível inelegibilidade decorrente de uma condenação na 6ª Vara da Fazenda Pública do DF por irregularidades na construção do JK Shopping, em Taguatinga-DF.

Diante de um histórico de sucesso como empresário da construção civil, e, por outro lado, a desastrosa passagem pelo Governo Arruda,  o eleitor deve avaliar com cuidado se confiará seu voto a ele.

Particularmente, avalio a situação de duas maneiras: 1) O empresário Paulo Octávio, homem de sucesso, inegável tal fato ; 2) o Político Paulo  Octávio, que iniciou muito bem, mas com um percalço que, ao que tudo indica, foi enlaçado de forma inevitável.  

Acredito que o candidato PO tenha boas intenções para com a população e a cidade, já está com 72 anos de idade e tem dinheiro suficiente para si, seus filhos e netos, e apresenta propostas interessantes como a criação da Cidade Aeroportuária e do anel viário que visa dar um fluxo inteligente de mercadorias e produtos, além de focar na criação de emprego trazendo grandes empresas para o DF como a indústria de fármacos e medicamentos.

Diante de tudo isso, cabe ao eleitor fazer a melhor avaliação do candidato ao GDF PAULO OCTÁVIO (PSD-DF). A meu ver, o único com capacidade de tirar o mandato do atual Governador.

 

Por Roner Gama

MANIFESTO À POPULAÇÃO DO DF. POR SOUZA JÚNIOR*, CANDIDATO AO SENADO FEDERAL

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MANIFESTO À SOCIEDADE DO DF

CANDIDATO AO SENADO SOUZA JÚNIOR


 

A nação brasileira viveu em seu passado recente um verdadeiro crime contra a nossa pátria e seu povo; tivemos governos que nos coroaram com um dos momentos mais tristes de nossa história, com a corrupção tomando conta e corroendo setores públicos e privados, além da institucionalização da corrupção no chamado Mensalão (STF- ação penal 470), quando diversos parlamentares foram descobertos recebendo uma mesada para apoiarem o governo da época. No DF, ainda tivemos o desprazer de ver um governador preso por corrupção.

 A Transparência Internacional, por exemplo, classificou o "petrolão" como o segundo maior caso de corrupção do mundo. Todos os dias tomamos conhecimentos de novos escândalos de corrupção oriundos de governos de esquerda, envolvendo grandes empresários do país, políticos e administradores públicos. São bilhões de dólares, que poderiam ter sido investidos na educação, na saúde, no saneamento básico, na criação de empregos, enfim, no desenvolvimento da nação, e foram surrupiados por larápios inescrupulosos, gente sem compromisso com o povo, sem ética, sem valores morais mínimos. Contudo, não adianta apenas criticarmos e dizer que a maioria dos políticos não presta, eles são eleitos por nós.

Quando escolhemos nossos representantes, depositamos nossas expectativas em sermos atendidos, e na maioria das vezes isso não acontece, prometem, mas não cumprem; Falta ao eleito  vergonha na cara, senso de dever cívico, amor ao próximo, demonstram ser egoístas e medíocre, não lhes interessa “o fazer política” pela coletividade, querem ser profissionais da política, querem um status, regalias e holofotes.

Precisamos conhecer melhor nossos mecanismos políticos, faz-se  necessário utilizarmos os instrumentos públicos em favor do povo, fazer uma política participativa, compreendendo os problemas que nos afetam direta e indiretamente, seja no âmbito pessoal, coletivo, ou institucional, porque caso contrário a injustiça sempre prevalecerá. Sendo assim venho convidar homens e mulheres de bem de Brasília, pais, mães, filhos e filhas a fazerem parte deste grupo que mudará os rumos de nossa história, seremos a linha de frente na luta por nossa nação.

 


*Tenente- Coronel Souza Júnior*

Oficial da Polícia Militar do DF e Candidato ao Senado Federal

 

Revisado por Roner Gama e Adilson Marques


Tenente-Coronel da PMDF SOUZA JUNIOR - CANDIDATO AO SENADO FEDERAL


Quem diria que algum dia veríamos policiais militares do Distrito Federal candidatos a cadeiras tão importantes do poder político.

De um lado Coronel Moreno, disputando o governo do Distrito Federal, de outro não menos importante o Tenente-Coronel  Souza Júnior na disputa direta pela cadeira do senado federal. Muitos devem estar a se perguntar, será que possuem chance, é claro que tudo é possível, quem de nós eleitores conhecíamos o atual governador do DF, Ibaneis começou com menos de 1% de intenção de votos, e terminou eleito governador do Distrito Federal. 

Já circula nas redes sociais que um governador eleito da PMDF, junto com um senador, transformaria o destino não só de uma instituição, mas de milhares de pessoas, pois a sociedade do Distrito Federal passaria a contar com homens honrados e com alto senso do dever a ser cumprido.

Dentre esses honrados homens públicos temos o Tenente Coronel Souza Júnior, oficial respeitado e bem quisto por toda a corporação, que teve como início na carreira o curso de formação de praças PMDF, antigo CFSD, e por conseguinte em sua entrada na academia de oficiais da PMDF.

Nós policiais militares, bombeiros militares, e cidadãos do DF, não podemos nos esquecer que as Eleições 2022 se aproximam, e, com ela, aumenta a expectativa de mudanças no cenário político não só do DF, mas do Brasil. 

O TC Souza Júnior pela sua trajetória e história imaculada, digna de um gestor preparado e moldado no cotidiano de uma instituição secular, é o parâmetro para aqueles que cansaram dos velhos políticos, que procuram candidatos que não sejam apenas profissionais da política, mas, acima de tudo,  candidatos sem nenhuma suspeição sobre seu caráter e sua vida. 

As eleições deste ano determinarão o futuro de nossa cidade para os próximos quatro anos, motivo pelo qual é fundamental que cada eleitor faça a sua opção de modo consciente e com seriedade. O cidadão, no pleno exercício da democracia, tem um forte papel no destino do seu país, de sua cidade, e até mesmo de sua instituição, por isso vote consciente, porque exercer o seu direito ao voto, a partir de uma decisão madura e refletida  contribuirá para impedir a eleição de maus políticos e possibilitará o alcance de uma maior legitimidade no processo eleitoral.



Atualizado por Roner Gama e Adilson Marques

izalci lucas, pré-candidato ao GDF



Izalci Lucas está confirmado na disputa ao Governo do Distrito Federal. O Senador da República é um bom nome, com uma carreira política de sucesso tendo já sido eleito deputado Distrital e Federal. 

O Senador virá pela coligação PSDB-CIDADANIA. No embate com Paula Belmonte, Izalci levou a melhor. 

Izalci é um dos poucos políticos de expressão com capacidade de levar a eleição para o segundo turno contra o atual governador. Tudo vai depender da capacidade política de seu grupo de aglutinar lideranças locais e cooptar votos da população.

Existe a seu favor o fato de estar numa trajetória linear na política, ou seja, nunca deixou os holofotes, sempre foi um parlamentar atuante e conhecido. Outro ponto positivo é sua estreita relação com os servidores públicos, um eleitorado de peso.

Por outro lado, o atual governador tem a máquina pública a seu favor e o DF repleto de obras visíveis e de impacto eleitoral.


Por Roner Gama


ENTREVISTA COM O PRÉ-CANDIDATO AO GOVERNO DO DF: CORONEL PM MORENO


O que motivou sua decisão à pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal?

CEL Moreno: A população está carente de novas opções políticas e eu venho aqui abrir portas para novos cenários na administração do DF.

O Sr se alinha com um dos pólos ideológicos que dividem o país entre esquerda e direita?

CEL Moreno: Bem, eu venho a pré –  candidato ao governo local com a visão de atender aos anseios da comunidade; dar tranquilidade, transparência e segurança, bem como abrir os horizontes para os cidadãos do DF que estão cansados com políticas públicas não inclusivas

Qual será o foco de sua gestão?

CEL Moreno: Melhorar o nível da gestão  e inovação dos recursos, bem como as condições de vida e trabalho das áreas da saúde, educação, segurança, mobilidade e seus eixos de transversalidade

Estamos em um momento econômico de alta de inflação por motivos diversos, combinada com a baixa empregabilidade, o que fazer para reverter esse quadro no DF?

CEL Moreno: Nesta área faremos ajustes no modelo econômico atual, visto que houve uma combinação de fatores internos e externos que impactaram a alta dos preços – vide  período pandêmico; onde ocorreu uma expressiva mudança do trabalho presencial para o online, acarretando perda de postos de trabalho e empregos e; para  reverter a baixa empregabilidade, faremos um programa específico em várias áreas da atividade econômica a fim de dar fluxo a essa demanda e assim oportunizar aos jovens e adultos realocação no mercado de trabalho

Qual  será a metodologia de trabalho para garantir e ampliar  a segurança nas cidades do DF?

CEL Moreno: A melhoria do 190, via aplicativo;  ampliação do 190 tradicional com  localização  on line com georeferenciamento em todo o DF; prevenção criminal pelo design ambiental, o que fará reduzir o crime e o medo do crime que é a sensação de insegurança por meio de variáveis no ambiente territorial do DF

Na área de Saúde Pública, como garantir a qualidade nos serviços prestados e o atendimento amplo?

CEL Moreno: Nesta área faremos uma ampliação no atendimento primário, investimento em pessoal e equipamentos, bem como ampliação de leitos hospitalares

Na Educação Pública, tens algum projeto que motive o estudante a permanecer na Escola até o final do ensino básico?

CEL Moreno: Criação de oficinas e projetos pedagógicos de interesses dos alunos; investir em infraestrutura, equipamentos, alimentação; e também trabalhar os eixos transversais, tais:  educadores sociais, escola compartilhada e ampliação de creches

Qual sua mensagem para os jovens que vão votar pela primeira vez em um pleito tão polarizado e contubardo como este de 2022?

CEL Moreno:  Não se deixe levar por promessas ilusórias, programas, propostas que não atendam, verdadeiramente, aos anseios efetivos dos cidadãos do DF. 


Da Redação

DIÁRIO DE CAMPANHA. REGUFFE, O BOM MOÇO.

 




 

O Senador Reguffe (UNIÃO –DF) é um político que tem uma trajetória política interessante. Foi deputado Distrital, Deputado Federal e está Senador da República.

No entanto, apesar de ter sido um fenômeno político com um discurso  baseado na ética, na defesa do dinheiro público, nos fins dos privilégios, apesar de não ter sua história maculada por escândalos, ou mesmo polêmicas, o nobre Senador parece não encantar o eleitorado para o pleito ao governo do DF.

Explico, Reguffe não é dado ao enfrentamento de ideias, ao  bate boca, em polemizar. Esse defeito leva muitos eleitores a destacá-lo como um Senador distante dos grandes problemas locais e nacionais.

Em sua prestação de contas (clique aqui) apresenta diversos projetos e destinação de verbas para os serviços públicos no DF. Entre os projetos quero destacar o PL2271/202, que proíbe a saída temporária, os chamados “saidões”de presos condenados por crime hediondo. Clique aqui e veja os projetos para segurança pública.

Para conseguir ir a um segundo turno, Reguffe terá que ter capilaridade política, ou seja, precisa ter projeção principalmente nas cidades com maior eleitorado e brigar contra a máquina política do atual governador e, quem sabe, do ex-Governador Arruda.

Por outro lado, Reguffe não tem nada que o desabone no campo ético. É um parlamentar íntegro, o que vai ao encontro do eleitorado que busca fugir de políticos com histórico de ficha suja, ou que levantem alguma suspeita. 

Falta ao nobre Senador mais publicidade de seus atos. Nem precisa gastar dinheiro com isso, bastaria que tivesse uma boa rede de apoio articulada, tal temos visto nos últimos anos em relação ao atual presidente. Pergunte a um eleitor das periferias menos frequentadas por políticos quem é Reguffe e terão a resposta. 

Diante do exposto, o que se pode dizer do Senador Reguffe é que ele nem é “frio”, nem “quente”, é morno, é um bom moço.


Por Roner Gama e Adilson Marques

 

DIÁRIO DE CAMPANHA: ARRUDA JOGOU A ISCA...

A constante presença no noticiários, e nas ruas,  do ex-Governador do DF, José Roberto Arruda, amparado por um liminar concedida pelo presidente do STJ, ministro Humberto Martins tem deixado confuso eleitores e políticos locais.  O Careca é um estrategista nato. Arruda deixou de ser apenas um nome, é hoje praticamente uma marca política. 

Arruda deixou de ser um nome, é hoje praticamente uma marca política.

O Careca nunca deixou o jogo político, tanto é que conseguiu emplacar sua esposa, Flávia Arruda, como Deputada Federal e ministra de Estado do atual governo federal.

Hoje, saiu uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest em que o Careca aparece  no encalce do atual Governador do DF, Ibaneiz.

Mas será mesmo que Arruda vem candidato ao governo do DF?

Arruda jogou a isca. A estratégia nada mais é do que mostrar que tem potencial de voto, de dar um recado indireto aos presidenciáveis, e , de quebra fazer com que o Governador Ibaneiz faça algum movimento no tabuleiro, o que de fato aconteceu.

Ibaneiz, foi o que primeiro mordeu a isca. Já articulou com Celina Leão para sua vice, e a ex Ministra Damares com concorrente ao Senado Federal pelo DF.

Agora, aguardemos os tubarões: Bolsonaro e Lula. Ao que tudo indica, o Presidente Jair Bolsarano deve mesmo apoiar o atual governador do DF, não por afinidade ideológica ou coisa semelhante, será mais por necessidade política. Se de fato isso acontecer, Arruda poderá tomar a decisão de não sair candidato ao GDF, quem sabe saia candidato à Câmara Federal,  e garantir a eleição de Flávia Arruda ao Senado, o que está fácil, haja vista a inexpressividade política de Damares no DF.

O ex-Governador ainda espera que outras peixes mordam sua isca. Ainda tem adversários políticos locais e nacionais que podem de alguma forma conseguir derrubar sua liminar.

Arruda jogou a isca, em alguns dias saberemos quais os rumos que tomará em relação à sua jornada de volta ao jogo político local. O tempo é seu aliado, política se faz com estratégia. O Careca tem tempo e um cenário favorável. 

E quanto ao apoio do PT de Lula ao ex-Governador? Não acredito que Arruda, ou o próprio PT, queiram alinhavar tal acordo. É sabido nos bastidores que o PT nacional se empenhou na tragédia política que se abateu sobre o Careca em 2009.


Por Roner Gama- Editor do Blog, licenciado em Letras Português/Inglês, Graduando em Direito, Especialista em Revisão Textual e Análise Criminal.  Servidor público Aposentado. 



GESARA: O BESTEIROL DA DESINFORMAÇÃO

 Desde janeiro tenho ouvido falar através de alguns amigos, pessoas com formação acadêmica e já senhores de meia-idade, acerca de um novo sistema, sistema quântico (?) segundo eles, chamado GESARA/NESARA. 


Segundo os indoutos amigos, esse sistema agregaria todo o sistema financeiro mundial. Afirmam inclusive o PIX surgiu em decorrência do GESARA.

Curioso, fui buscar informações. Não encontrei nada em língua portuguesa. Pesquisei no google acadêmico, afinal, se é um sistema de alta tecnologia deveria existir estudos sobre o assunto. Nada. 

Assistir, ainda,  alguns vídeos, todos ligados a religiosos evangélicos e afins. Nenhuma informação relevante, apenas uma mistureba de informações que se chocam: Rede Star link (aquela do Ellon Musk) sistema quântico (ninguém explica o que é isso); Donald Trump como o grande quântico (kkkk); sistema descentralizado (o BTC já é descentralizado); Paymaster (nada mais do que aquele que fará pagamentos...para quem?), enfim, nada de relevante, nenhuma informação técnica, científica. Somente bobagens religiosas, espirituais e autoajuda. 

Na minha busca consegui encontrar uma notícia no  USA TODAY . Tradução livre: "À medida que a desinformação continua afetando a política americana, uma antiga teoria da conspiração começou a circular online. "Quantos de vocês NÃO estão apresentando uma declaração de imposto desde que a NESARA foi instituída na semana passada?" lê um post de 4 de abril no Facebook. NESARA significa a Lei Nacional de Estabilização e Recuperação Econômica, um conjunto de propostas econômicas desenvolvidas na década de 1990. Eles nunca foram apresentados ao Congresso. Ainda assim, a sigla tem sido objeto de teorias da conspiração desde o início dos anos 2000, quando o blogueiro Shaini Goodwin afirmou que a lei havia sido aprovada e que o então presidente George W. Bush e a Suprema Corte a suprimiram."

O mais incrível é que as pessoas que divulgam esse tipo de informação,  e aquelas que acreditam nesse tipo de informação, não conseguem fazer a confrontação técnica. Por exemplo: Por que tal sistema seria implementado em lugar do já estabelecido SWIFT, IBAN, MT etc.? O que é um sistema quântico? Em que lugares esse tal sistema quântico já funciona? Quais bancos utilizam o sistema quântico?  São perguntas que jamais serão respondidas. 

E, ainda mais, alguns ainda dizem que tal sistema vai unificar as moedas mundiais e que tais moedas terão o mesmo valor. Deve-se ressaltar valor de uma moeda em relação a outra pode até ter paridade durante algum tempo, tal qual aconteceu no Brasil no início do plano real. No entanto, diversas variáveis acabam levando ao câmbio livre, entre eles o déficit público, balança comercial, dimensões do mercado interno, concorrência etc. 

Outra informação decorrente do tal Gesara/Nesara é que o ouro será o lastro das moedas mundiais (tal lastro ouro foi extinto na década de 70, sendo substituído pelas Reservas Internacionais., pesquisem no Sr Google: < Reservas Internacionais>). 

Então, observem que a desinformação, aliada à falta de habilidade para buscar a veracidade das informações , o desespero individual e coletivo para solução de seus problemas imediatos, existenciais e outros,  levam as pessoas a acreditarem nessas aberrações informacionais. Vivemos em uma época complicada, a fragilidade emocional e a falta de perspectivas no horizonte tornam as pessoas suscetíveis a acreditarem piamente nessas (des) informações. 

Por Roner Gama


Licenciado em Letras Português/Inglês; Graduando em Direito. Especialista em Análise Criminal e Revisão Textual.  

O ERRO DO HUMANISMO DOUTRINÁRIO. Por Paulo Delgado*

Raça, sexo, língua, religião, nacionalismo, democracia e fanatismo de todo tipo tomaram conta das discussões mundiais e entupiram os meios de comunicação de conceitos particulares, próprios de seus formuladores. O humanismo se politizou de forma doutrinária e fantasiada de evolução, fazendo mal à convivência humana. Uma onda de classificação por etiqueta, perfil e comportamento, para fazer do direito a diferença uma diferença de direito. Um culto ao eu-particular-e-único, que estimula mágoa, leva ao abuso de confissões, o desnudar-se todo, definindo a identidade específica como caminho para a redenção. A sociedade da reclamação está doente e não fala mais em progresso para todos. Só fala de si mesma.

Desde que os cientistas da Universidade de Nottinghan, na Inglaterra, criaram um útero artificial capaz de desenvolver um embrião fora da barriga da mãe, a sexualidade começou a perder  prestígio como anatomia e um ato de amor. Separando a procriação e a distinção biológica dos papéis desempenhados por homens e mulheres, vem aí um mundo diferente e pior. As derivas no conceito de família começam a rodar a cabeça dos casais quando se tornou possível acompanhar , com especial curiosidade, a formação do corpo e da cabeça do bebê. Os pais não deram mais folga à sua ansiedade, interessados em entender essa habilidade humana fantástica em se autoformar e nascer sem defeito. Se tudo der “certo” para a ciência da inseminação artificial “in vitro”, o desejo de ter filhos, de quem assim o desejar, não precisará mais recorrer a uma mulher, nem se interessar em saber quem é o homem.



A descoberta das técnicas de fertilização “in vitro” tornaram o ser humano um detalhe na fecundação, facilitando a ambição de uma ciência que se prepara para oferecer ao mundo o principal passo para a medicalização da vida. Quem não dá valor à família prepare-se  apara viver num mundo sem parentes. Quem vê a vida como busca da alegria e da felicidade prepare-se para o pior. As maternidades industriais do futuro, que cuidarão da reprodução assistida, poderão receber encomendas de pessoas. Será possível planejar e rejeitar  crianças. E tal submissão da ciência ao arbítrio dará a perversos o poder de fazer fanáticos.

Sabemos que a sociedade se agrupa em torno de valores, autênticos ou deteriorados, e embaralha suas ilusões e sonhos, quando não sabe mais distinguir um do outro.

A doutrinação política gosta de certezas e tem pouca vocação para a dúvida. Quem só fala depois de saber o que a opinião pública e grupos querem ouvir não tem necessidade da inteligência e discernimento. Melhor ser papagaio. O silêncio da maioria é defesa para ficar acima da confusão sem fazer parte da controvérsia. A política, como uma atividade mundial, vale-se da publicidade para esconder as verdadeiras ideias, algumas da aparência medonha, como se vê nas razões de Putin e durante a eleição francesa. Logro, é o que se vê na grande e na pequena política de personagens capazes de ter opinião sobre tudo, sem o risco de desvendarem a verdadeira representação que têm de si. Capazes de se autoproclamarem profetas para infligir à sociedade valores sobre os quais não existe nenhuma certeza e que não deveriam ser tratados com hostilidade, rótulos, preconceitos e baixa estima.

Branquitude, brancofilia; negrofilia, negrofobia; masculinista, feminista; estrangeiro, nacional; libertário, liberticida, direitista, esquerdista, etc, etc, são pólos aparentemente antagônicos de uma sociedade dedicada à colonização dos egos, pela rotulação da individualidade. Todas estas distinções e dissociações parecem mais uma lenda vasta e obscura plantada pelo doutrinarismo  político identitário na cabeça das pessoas, do que fruto real da história da vida humana. Parecem luz, esclarecimento, clareza. São mais trevas, sombra, escuridão.

Quem não aderir ao conceito preconcebido de direito especial para grupos e pessoas, próprio  da política doutrinária, logo é rechaçado , ofendido, rotulado. A história das mentalidades, do cotidiano, da vida vivida pelo prazer da vida, da cooperação na luta contra o sofrimento, da solidariedade, acaba sendo achincalhado pelo doutrinarismo fanático incapaz de ver o que existe além do que é moda.

A história dos direitos civis e da evolução da vida democrática não convive com supremacismos ou com qualquer teoria de substituição de um povo por outro. Estar aberto a novas políticas sociais, a maior integração de todos à sociedade, exige um tom mais adequado, não sectário, sem usar insulto ou xingamento como argumento. Democracia é tirar a maldade da linguagem e pôr um freio na manipulação da identidade do outro.

*Paulo Delgado – Sociólogo.

Publicado no CB de 24 de abril de 2022, p.9; Caderno Mundo. 

email: contato@paulodelgado.com.br

 


Artigo: O MANDADO DE SEGURANÇA E SUA APLICAÇÃO AOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direito Constitucional

Autores: Roner S Gama; Joseny Lopes e Carlos Teles

 


RESUMO

O mandado de segurança, tido como remédio constitucional, é por excelência uma criação do ordenamento jurídico constitucional brasileiro. Dessa forma, tem-se por objetivo neste artigo analisar se como o referido remédio constitucional se aplica aos direitos e garantias fundamentais. O delimitador do conceito do mandamus são os adjetivos “liquido” e “certo”, expressões objetivam o mandado de segurança evitando extrapolações interpretativas que possam esvaziar sua finalidade precípua que é de oferecer segurança jurídica. O MS tem, então, a configuração de salvaguarda de um direito, ou direitos, que possam estar sendo ameaçados por autoridade pública. Assim, a noção de direito líquido e certo ajusta-se, em seu específico sentido jurídico, ao conceito de situação que deriva de fato certo, vale dizer, de fato passível de comprovação documental imediata e inequívoca.Por seu delineamento conceitual, adéqua-se perfeitamente à defesa dos direitos e garantias fundamentais

Disponível em: < Direito Constitucional>;  


A era do barulho permanente. Por Fábio Vasconcellos

 

As plataformas digitais têm permitido que os cidadãos busquem fontes de maior consonância com as suas opiniões, caso do efeito bolha ideológica.


Imagine que você more num condomínio em que não é mais possível punir ou expulsar aquele vizinho que gosta de fazer barulho em horários impróprios. Pior. Ele não se intimida com os pedidos e reclamações  e, em algumas situações, consegue até arregimentar mais gente, dando maior escala aos ruídos que tanto incomodam o condomínio. Pode parecer estranha, mas essa imagem ajuda a ilustrar uma característica da formação da opinião pública no atual contexto. As fases de silenciamento se tornaram mais escassas, e há poucas chances de que pensamentos considerados até então destoantes não sejam vistos e compartilhados. Estamos na fase do barulho permanente.

Proposta na década de 70 do século passado pela cientista Elisabeth Noelle-Neumann, a Teoria da Espiral do Silêncio defende que discursos ou visões destoantes tendiam a perder espaço na opinião pública, em razão de uma característica da vida em sociedade. Queremos evitar o isolamento social ou psicológico e, dessa maneira, “monitoramos” o clima de opinião predominante nos veículos de comunicação  para inferir que ideias são mais aceitas. Se identificamos que temos posição aparentemente divergente da “maioria”, tendemos a mudar de opinião ou a nos silenciarmos.

Para Noelle, os meios de comunicação jogam papel relevante na produção de certo clima de opinião por duas razões: estabelecem consonância (similaridade entre os veículos na escolha dos temas e percepções sobre os temas) e acumulação (frequência dos temas e percepções). No momento em que desenvolveu a Teoria da Espiral do Silêncio, Noelle tinha um ambiente de comunicação em que o jornal impresso, o rádio e, em menor grau, a televisão predominavam.

No ambiente da comunicação contemporânea, mudanças significativas nos provocam a repensar a tese do silenciamento. A proliferação de fontes de informação reduziu o efeito da consonância. Embora ela possa continuar existindo entre veículos e marcas tradicionais, há uma infinidade de fontes e opiniões divergentes no ambiente digital. As plataformas digitais têm permitido que os cidadãos busquem fontes de maior consonância com as suas opiniões, caso do efeito bolha ideológica. Adicione mais uma característica. No atual contexto, os indivíduos têm meios e são encorajados a expressar suas opiniões (anonimato, likes, compartilhamentos etc.), limitando os efeitos do silenciamento das ideias e opiniões políticas. Não é preciso mais silenciar-se, basta encontrar o próprio grupo e permanecer ativos nas redes.

Essas características sugerem como a noção de clima de opinião, a percepção média dos temas, é hoje mais complexa e de difícil apreensão. Talvez fosse necessário falar de climas de opiniões. Os grupos que buscavam adaptar suas ideias (mudando de opinião ou silenciando) podem hoje manter suas atitudes, localizar seus iguais e evitar a percepção de que estão isolados. Nesse contexto, há menos chance de silenciamento.

Se esse ambiente oferece um ganho do ponto de vista  democrático , na medida em que permite que novas vozes possam fazer parte do debate público, denunciando racismo, homofobia etc., por outro lado traz o risco de permanência de discursos radicais e, o que é pior, de que esses grupos conquistem adeptos, mobilizando contingentes a favor de agendas que afrontam a própria democracia. Esse é um desafio para países como o Brasil, em que grupos numericamente minoritários perceberam que podem conquistar ou manter apoio pela via da radicalização e da intolerância.

Fábio Vasconcellos é cientista político, jornalista e professor da ESPM-RJ e Uerj.

Texto publicado no jornal O Globo  de 4 de janeiro de 2022;

 

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