"Saramago regressa à cidade onde trabalhou, viveu e tem a sua Fundação", disse António Costa. "A sua obra é símbolo de toda a humanidade e continua a desinquietar toda a humanidade", acrescentou.
"Romancista, poeta, dramaturgo, contador de viagens é dele que nos despedimos hoje", disse Carlos Reis, representante da Fundação José Saramago. "Uma despedida sem adeus. José Saramago fica connosco para a eternidade, nas suas obras".
“Foi um homem que acreditou nos homens. Sabia que a sua obra e luta seria superior e inacabada, mas que valeria a pena”, disse Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.
José Saramago foi dessas poucas pessoas que sabem recordar-nos que podemos e devemos ter grandes sonhos e que nunca os perdemos”, disse, num emocionado discurso, a vice-presidente do Governo espanhol, Maria Teresa Fernández de la Veja. “Ele sonhou com uma terra livre e sonhou com isso”.
“José Saramago não tinha fé em Deus, mas se ele existe, certamente que tem fé nele”, disse a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que lembrou, no final da sua intervenção, as palavras ditas por um amigo da família a Pilar del Rio. "Não há palavras, Saramago levou-as todas".
Através da literatura, José Saramago "fazia soar as cordas da alma", disse Gabriela Canavilhas.
No salão nobre da Câmara Municipal de Lisboa estiveram presentes a família, autoridades oficiais, outras individualidades e jornalistas.
No exterior do edifício, vários ecrãs que transmitiram a cerimónia para as centenas de anónimos que do lado de fora acompanharam a despedida a José Saramago e que aplaudiram o anúncio de António Costa, de que as cinzas do escritor ficarão em Lisboa.