Juntar, Juntar, Juntar ...
Juntar letras.
Juntar palavras.
Juntar frases, períodos, páragrafos, capítulos, ... Um livro. Uma Vida.
Juntar.
Juntar estrofes. Rimas. Sem rima.
Métrica. Sem métrica.
Compasso
Com passo
Sem passo.
Pensamentos
e
Sentimentos.
Juntar
Razão
e
Emoção
e
Sensação
e
Intuição.
Poesia é intuição.
Prosa é razão.
Poesia é emoção.
Prosa é sensação.
Sensação: é prosa? só? É poesia? E razão? E intuição?
Sensação
Razão
Emoção
Intuição
É tudo prosa. Tudo é poesia.
É ser. É viver.
É escrever.
É salvação.
Sena Siqueira (escritora brasiliense)
fonte: Recanto das Letras
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3322413
ESCREVER- SENA SIQUEIRA
PASQUALE CIPRO NETO - Os centavos e a porcentagem
Há alguns anos, a Fuvest exigiu uma conta simples: o quadrado de 10%. Sabe qual foi a resposta mais votada?
Estava na capa de um site, ontem: 90% dos alunos do 9º ano das
escolas públicas não sabem fazer contas com centavos. No mesmo site, na
seção de economia, lia-se isto: "Prévia da inflação tem alta de 6,56%
no ano e fecha acima da meta".
Pois bem. Os pequenos não sabem lidar com centavos, e os grandes não sabem lidar com porcentagem. A julgar pelo que muitas vezes se ouve no rádio e na TV, não são poucos os apresentadores que não sabem que centavo é uma de cem partes iguais em que se dividem algumas moedas (a nossa, no caso). Não fosse assim, não ouviríamos com certa frequência algo como "O dólar fechou cotado a um real e setecentos e noventa e quatro centavos" (R$ 1,794). Pois é, caro leitor, até Pedro Bó sabe que um real tem cem centavos, de modo que setecentos e noventa e quatro centavos de real correspondem a R$ 7,94 (sete reais e noventa e quatro centavos). Se o dólar fechou a um real e setecentos e noventa e quatro centavos, acabou o dia a R$ 8,94 (R$ 1,00 + R$ 7,94).
Em se tratando de dinheiro, para muita gente o que vem depois da vírgula é centavo... Se há três casas depois da vírgula, não há centavos; há milésimos. Como a situação é do tipo "casca de banana", muitas emissoras adotaram a tática de fugir do problema. Sabe como? Foi criada a leitura "escadinha", encerrada no último algarismo do valor do dólar: "O dólar fechou cotado a um real sete nove quatro". Sete nove quatro o quê?
O mais engraçado é que, quando o dólar fecha em algo como 1,790, os locutores persistem: "O dólar fechou cotado a um real, sete nove zero". Pelo jeito, esse pessoal acha que 1,790 é diferente de 1,79. Não é, caro leitor. Nesse caso, bastaria dizer que o dólar fechou a um real e setenta e nove centavos (sim, centavos).
Sabe por que pimpolhos e marmanjos vão mal quando se trata de centavos e de porcentagem? Porque a coisa já começa mal na leitura, que revela desconhecimento daquilo que se lê, o que, por sua vez, revela que o aprendizado e o ensino... A leitura ruim é sintoma da falta de aprofundamento na questão, fator que geraria o entendimento do processo (e não a decoreba).
O caro leitor já percebeu o que ocorre no título sobre a inflação? Releia-o, por favor. Se a prévia da inflação tem alta de 6,56% no ano, informa-se que o índice prévio aponta para 6,56% de acréscimo sobre o índice anterior. Suponha um índice anterior de 5% e uma alta de 6,56%. Qual seria o índice deste ano? Seria de 5,328% (é só fazer a conta).
O que ocorre não é nada disso. Para ir direto ao ponto, o título que traduziria a notícia seria mais ou menos assim: "Prévia da inflação aponta índice anual de 6,56%, superior ao teto da meta". Curto e grosso: o índice é ou será de 6,56%, o que não significa que a inflação terá alta de 6,56%, mas que, grosso modo, o custo dos produtos e serviços que norteiam o cálculo da inflação subirá 6,56%.
Não é por acaso que, há alguns anos, a Fuvest pediu aos candidatos uma conta simples: o quadrado de 10%. Sabe qual foi a resposta mais votada? Foi 100%, é claro. O quadrado de 10% é 1%, caro leitor. É só saber ler: 10% significa 10 em relação a 100, ou seja, 10:100, que é o mesmo que 10/100, que é o mesmo que 1/10, que é o mesmo que 0,1. Experimente multiplicar 1/10 por 1/10 (ou 0,1 por 0,1). O que dá? Dá 1/100, ou seja, 1%, ou seja, 0,01, ou seja...
Tudo começa pelo nome, não? Então tudo começa pelo entendimento dos nomes e das formas de expressão desses nomes, o que nada mais é do que o começo do entendimento de seja lá o que for. É isso.
Pois bem. Os pequenos não sabem lidar com centavos, e os grandes não sabem lidar com porcentagem. A julgar pelo que muitas vezes se ouve no rádio e na TV, não são poucos os apresentadores que não sabem que centavo é uma de cem partes iguais em que se dividem algumas moedas (a nossa, no caso). Não fosse assim, não ouviríamos com certa frequência algo como "O dólar fechou cotado a um real e setecentos e noventa e quatro centavos" (R$ 1,794). Pois é, caro leitor, até Pedro Bó sabe que um real tem cem centavos, de modo que setecentos e noventa e quatro centavos de real correspondem a R$ 7,94 (sete reais e noventa e quatro centavos). Se o dólar fechou a um real e setecentos e noventa e quatro centavos, acabou o dia a R$ 8,94 (R$ 1,00 + R$ 7,94).
Em se tratando de dinheiro, para muita gente o que vem depois da vírgula é centavo... Se há três casas depois da vírgula, não há centavos; há milésimos. Como a situação é do tipo "casca de banana", muitas emissoras adotaram a tática de fugir do problema. Sabe como? Foi criada a leitura "escadinha", encerrada no último algarismo do valor do dólar: "O dólar fechou cotado a um real sete nove quatro". Sete nove quatro o quê?
O mais engraçado é que, quando o dólar fecha em algo como 1,790, os locutores persistem: "O dólar fechou cotado a um real, sete nove zero". Pelo jeito, esse pessoal acha que 1,790 é diferente de 1,79. Não é, caro leitor. Nesse caso, bastaria dizer que o dólar fechou a um real e setenta e nove centavos (sim, centavos).
Sabe por que pimpolhos e marmanjos vão mal quando se trata de centavos e de porcentagem? Porque a coisa já começa mal na leitura, que revela desconhecimento daquilo que se lê, o que, por sua vez, revela que o aprendizado e o ensino... A leitura ruim é sintoma da falta de aprofundamento na questão, fator que geraria o entendimento do processo (e não a decoreba).
O caro leitor já percebeu o que ocorre no título sobre a inflação? Releia-o, por favor. Se a prévia da inflação tem alta de 6,56% no ano, informa-se que o índice prévio aponta para 6,56% de acréscimo sobre o índice anterior. Suponha um índice anterior de 5% e uma alta de 6,56%. Qual seria o índice deste ano? Seria de 5,328% (é só fazer a conta).
O que ocorre não é nada disso. Para ir direto ao ponto, o título que traduziria a notícia seria mais ou menos assim: "Prévia da inflação aponta índice anual de 6,56%, superior ao teto da meta". Curto e grosso: o índice é ou será de 6,56%, o que não significa que a inflação terá alta de 6,56%, mas que, grosso modo, o custo dos produtos e serviços que norteiam o cálculo da inflação subirá 6,56%.
Não é por acaso que, há alguns anos, a Fuvest pediu aos candidatos uma conta simples: o quadrado de 10%. Sabe qual foi a resposta mais votada? Foi 100%, é claro. O quadrado de 10% é 1%, caro leitor. É só saber ler: 10% significa 10 em relação a 100, ou seja, 10:100, que é o mesmo que 10/100, que é o mesmo que 1/10, que é o mesmo que 0,1. Experimente multiplicar 1/10 por 1/10 (ou 0,1 por 0,1). O que dá? Dá 1/100, ou seja, 1%, ou seja, 0,01, ou seja...
Tudo começa pelo nome, não? Então tudo começa pelo entendimento dos nomes e das formas de expressão desses nomes, o que nada mais é do que o começo do entendimento de seja lá o que for. É isso.