Love, Electricity, Shockwave central,
Power on the motherboard, yes
Push up, Overload, Legendary,
Heavy glow, Sunshine, Thunder roll,
Keep it all together
Yes the lantern burn, burn it easy
And broadcast, so raw and neatly
Thunder roll, sunshine,
Work it out
Overload overload overload
Coming up to the overload overload overload
Coming up to the overload overload overload
Coming up to the overload overload overload
Coming up to the
Oh stylo, (juice)
Go forth,
Blossom in your soul
When you know your heart is light
Electric is the love
When the maco flies (a giant fish)
Up from the bottom in your eyes
Then I know the twilight skies
Are not so broken hearted (from the end of the line)
It's love of electric
It'll be flowing on the streets,
Night after night
Just to get through the week
Sometimes its hard
Right now
Single cell, (juice)
Out of depression,
Rise above,
Always searching,
If I know your heart,
Electric is the love.
Theres only one way
Let it pray a little while longer
Its got a way of pass through man and woman
In another world
In another world in the universe
Right now
Here is what we got to do
It's its love of electric,
It'll be flowing on the streets,
Night after night
Just to get through the week
Sometimes its hard
That's what I'm talking about
Love electricity,
Shockwave central,
Power on the motherboard, yes
Push up, Overload, Legendary,
Heavy blow,Sunshine, Thunder roll,
Keep this on
Yes the lantern burn, burn that easy,
And broadcast so raw and neatly,
Thunder roll, Sunshine,
Work it out
Right now
GORILLAZ- STYILO
GORILLAZ- SOU FÃ! 10 anos.
Por Roner Gama
As part of our birthday celebrations,
we're taking a wander down the cultural cul de sac that is a decade
of Gorillaz. We'll be sharing a few snapshots from an earlier time
and to start with we've pulled out this plum from the archives:
Gorillaz made massive, at the first all-live, all-animated
performance of Clint Eastwood at the Brits, 2002.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE BONECOS
Estive hoje , domingo, no Festival Internacional de Bonecos que ocorreu no complexo cultural FUNARTE. Assisti , junto com minha filhinha Luísa, a peça "Suma daqui, menino!" da Cia Patética e Teatro de La Plaza. Em seguida demos uma volta nas barraquinhas e assistimos a um pedaço da peça do Mestre Gilberto Calungueiro, na tenda principal. O que percebi é que havia muitos estrangeiros e poucos nativos. Ao que parece o teatro de bonecos ainda não caiu no gosto popular. E olha que este evento já está no seu 5º ano aqui no DF.
Algumas imagens:
HOJE
Hoje acordei , acordei com vontade de não ser
Queria que hoje não existisse, queria o vazio
queria o nada, queria o inaudito
queria o ocaso
Hoje , só hoje , acordei assim
sem querer me ver , sem querer ter a mim
não queria esse dia, mas ei-lo aí
nao queria o dia de hoje
Hoje me senti sem sentidos
não escutei, não senti, não vi nada em mim
vi o mundo vasto e vazio
vi a multidão individual
Hoje, só hoje, eu desejei não ser eu
não ser ninguém, cegar o gigante
e passar invisível pela vida
pela multidão individual
Por Rsg
FLORBELA ESPANCA-ALMA PERDIDA- NA voz de Miguel Falabela.
Toda
esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
OCASIÃO
Não é o fazer, não é o não fazer
É a circunstância motivadora
À ação ou omissão
Do meu ver e não viver
Do meu ver e viver
Por que o viver de cada vivente
É aquilo que lhe basta
RSG
É a circunstância motivadora
À ação ou omissão
Do meu ver e não viver
Do meu ver e viver
Por que o viver de cada vivente
É aquilo que lhe basta
RSG
CONTARDO CALLIGARIS - Saques, arrastões e "ressentiment"
A turba que afugentou Luís 16 e Maria Antonieta de Versailles, em 1789, pedia pão porque estava com fome.
A turba de Londres em 2011 pedia bugiganga eletrônica e roupa de marca -artigos que, aos olhos de muitos, parecem não ser de primeira necessidade. Ou seja, aparentemente, a violência da turba de 1789 talvez fosse justificada, mas a de 2011 não é.
No domingo passado, na Folha, Eliane Trindade escreveu sobre meninas de rua que praticam arrastões em São Paulo. Elas procuram produtos para alisar o cabelo, celulares cor-de-rosa e lentes de contato verdes para mudar a cor dos olhos.
Alguém estranha que elas não prefiram uma comida boa ou uma roupa quente? Como disse uma menina, o que elas querem é ser bonitas (claro, nos moldes da cultura de massa). Será que, como a turba de Londres, elas seriam culpadas por não desejarem bens "de primeira necessidade"?
Não penso assim -e não é por indulgência com assaltos e arrastões. É porque, na nossa época, as "futilidades" são, no mínimo, tão relevantes e tão necessárias quanto era o pão em 1789. Explico.
Em 1789, as diferenças eram de casta. Salvo filósofos perdidos na turba, as pessoas reunidas no protesto queriam manifestar sua indignação e satisfazer sua fome, mas não pensavam em mudar a ordem social e subir na vida. Na época, aliás, ninguém subia para lugar nenhum, as pessoas ocupavam o lugar que lhes cabia por nascimento.
À força de indignação e raiva, as coisas foram longe, até que ruiu o próprio regime de castas. Desde então, o que confere status não é mais o berço (nobre ou não) no qual a cegonha nos depositou, mas fatores que não dependem só do acaso: trabalho, riqueza, estilo, virtudes morais, cultura etc.
"Quem somos" depende de como conduzimos nossa vida e (indissociavelmente) de como ela é avaliada pelos outros. Para obter o reconhecimento de nossos semelhantes (sem o qual não somos nada), os objetos que nos circundam ajudam mais do que a barriga cheia; eles têm uma função parecida com a dos paramentos das antigas castas: declaram e mostram nosso status -se somos antenados, pop, fashion, sem noção, ricos, pobres ou emergentes, cultos ou iletrados.
Podemos achar cafonas os objetos roubados pelas meninas e pelos saqueadores (o consumo de massa desvaloriza seu consumidor), mas o que importa é que eles roubaram objetos que lhes eram necessários para existir, para ser "alguém" no mundo. Isso não justifica nem saques nem arrastões; mas vale notar que, na nossa época, as futilidades são, no mínimo, tão relevantes e necessárias quanto era o pão para o pessoal de 1789.
Outro aspecto. Houve quem detestou os saqueadores londrinos por eles não estarem interessados em alterar a ordem social: roubaram para ter as mesmas coisas que a gente e, portanto, chegar exatamente ao lugar que nós ocupamos agora. Para usar uma expressão clássica em filosofia, os saqueadores seriam um caso de "ressentiment".
Nietzsche tomou o termo (e parte de seu sentido) de Kierkegaard. Modernizando, a ideia é a seguinte: "Não tive sorte ou, então, sou burro e preguiçoso, acho chato estudar e gosto de dormir. Sou invisível socialmente e invejo o bem-sucedido, que se pavoneia com seus objetos. Não quero me sentir culpado de minha condição; prefiro, portanto, acusar dela o bem-sucedido. Com isso, viverei minha mediocridade como se fosse o resultado da violência dos privilegiados, que gozam de tudo e não deixam nada para mim".
Desse ponto de vista, os saqueadores de Londres, eles sim, seriam simplesmente uns ressentidos, não é?
Pode ser, mas, antes de responder, recomendo paciência: o que hoje parece apenas "ressentiment" pode ser a faísca de mudanças que nem suspeitamos. Afinal, o pessoal de 1789 só pedia pão, e olhe o que aconteceu...
A turba de Londres em 2011 pedia bugiganga eletrônica e roupa de marca -artigos que, aos olhos de muitos, parecem não ser de primeira necessidade. Ou seja, aparentemente, a violência da turba de 1789 talvez fosse justificada, mas a de 2011 não é.
No domingo passado, na Folha, Eliane Trindade escreveu sobre meninas de rua que praticam arrastões em São Paulo. Elas procuram produtos para alisar o cabelo, celulares cor-de-rosa e lentes de contato verdes para mudar a cor dos olhos.
Alguém estranha que elas não prefiram uma comida boa ou uma roupa quente? Como disse uma menina, o que elas querem é ser bonitas (claro, nos moldes da cultura de massa). Será que, como a turba de Londres, elas seriam culpadas por não desejarem bens "de primeira necessidade"?
Não penso assim -e não é por indulgência com assaltos e arrastões. É porque, na nossa época, as "futilidades" são, no mínimo, tão relevantes e tão necessárias quanto era o pão em 1789. Explico.
Em 1789, as diferenças eram de casta. Salvo filósofos perdidos na turba, as pessoas reunidas no protesto queriam manifestar sua indignação e satisfazer sua fome, mas não pensavam em mudar a ordem social e subir na vida. Na época, aliás, ninguém subia para lugar nenhum, as pessoas ocupavam o lugar que lhes cabia por nascimento.
À força de indignação e raiva, as coisas foram longe, até que ruiu o próprio regime de castas. Desde então, o que confere status não é mais o berço (nobre ou não) no qual a cegonha nos depositou, mas fatores que não dependem só do acaso: trabalho, riqueza, estilo, virtudes morais, cultura etc.
"Quem somos" depende de como conduzimos nossa vida e (indissociavelmente) de como ela é avaliada pelos outros. Para obter o reconhecimento de nossos semelhantes (sem o qual não somos nada), os objetos que nos circundam ajudam mais do que a barriga cheia; eles têm uma função parecida com a dos paramentos das antigas castas: declaram e mostram nosso status -se somos antenados, pop, fashion, sem noção, ricos, pobres ou emergentes, cultos ou iletrados.
Podemos achar cafonas os objetos roubados pelas meninas e pelos saqueadores (o consumo de massa desvaloriza seu consumidor), mas o que importa é que eles roubaram objetos que lhes eram necessários para existir, para ser "alguém" no mundo. Isso não justifica nem saques nem arrastões; mas vale notar que, na nossa época, as futilidades são, no mínimo, tão relevantes e necessárias quanto era o pão para o pessoal de 1789.
Outro aspecto. Houve quem detestou os saqueadores londrinos por eles não estarem interessados em alterar a ordem social: roubaram para ter as mesmas coisas que a gente e, portanto, chegar exatamente ao lugar que nós ocupamos agora. Para usar uma expressão clássica em filosofia, os saqueadores seriam um caso de "ressentiment".
Nietzsche tomou o termo (e parte de seu sentido) de Kierkegaard. Modernizando, a ideia é a seguinte: "Não tive sorte ou, então, sou burro e preguiçoso, acho chato estudar e gosto de dormir. Sou invisível socialmente e invejo o bem-sucedido, que se pavoneia com seus objetos. Não quero me sentir culpado de minha condição; prefiro, portanto, acusar dela o bem-sucedido. Com isso, viverei minha mediocridade como se fosse o resultado da violência dos privilegiados, que gozam de tudo e não deixam nada para mim".
Enfim, para se consolar, o ressentido inventa uma moral (social ou
religiosa) pela qual, no futuro, seu perseguidor será destronado pela
revolta ou queimará nas chamas do Inferno.
Nos bares da "facu" de filosofia, nos anos 1970, colegas de direita
acusavam a revolução proletária de ser apenas um projeto ressentido.
Respondíamos que a revolução não era ressentida, porque ela não queria
vingança, não queria substituir a burguesia, apropriando-se de seus
brinquedos: seu intuito era inaugurar um mundo diferente, onde todos
gozaríamos de novos prazeres.Desse ponto de vista, os saqueadores de Londres, eles sim, seriam simplesmente uns ressentidos, não é?
Pode ser, mas, antes de responder, recomendo paciência: o que hoje parece apenas "ressentiment" pode ser a faísca de mudanças que nem suspeitamos. Afinal, o pessoal de 1789 só pedia pão, e olhe o que aconteceu...
ccalligari@uol.com.br
fonte: Conteúdo Livre